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UECE desenvolve solução com água de coco para preservar rins

Pesquisa nordestina pode reduzir custos e facilitar transplantes no Brasil A Universidade Estadual do Ceará (UECE) conquistou sua sexta patente com a inovação de um novo método de preservação de rins para transplante, usando água ...
Redação NE9 Nordeste, da Agência NE9
23 de julho de 2025 - às 10:58
Atualizado 23 de julho de 2025 - às 10:58
4 min de leitura

Pesquisa nordestina pode reduzir custos e facilitar transplantes no Brasil

A Universidade Estadual do Ceará (UECE) conquistou sua sexta patente com a inovação de um novo método de preservação de rins para transplante, usando água de coco desidratada como solução biotecnológica. A princípio, a invenção, inédita no mundo, foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e destaca a excelência da ciência produzida no Nordeste.

Ciência nordestina à frente na preservação de órgãos

  • O método surgiu como resposta a um desafio global: manter órgãos preservados de forma acessível e eficaz.
  • A médica-cirurgiã Ivelise Canito Brasil, professora da UECE e professora do Hospital Universitário do Ceará (HUC), liderou o estudo no Núcleo Integrado de Biotecnologia (NIB) da Faculdade de Veterinária.

De acordo com a médica-cirurgiã e professora da Uece, Ivelise Canito Brasil, orientadora do estudo, a proposta foi desenvolver um produto nacional, capaz de preservar órgãos para transplante. Assim, “reduzir custos, otimizar os recursos disponíveis no Brasil e possibilitar a realização de mais transplantes”. Além disso, a professora é também diretora do Hospital Universitário do Ceará (HUC) e ex-diretora do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), referência nesse tipo de procedimento.

  • Testes iniciais em modelos animais deram resultados excelentes. A perspectiva é avançar para testes em humanos após fases adicionais e aprovação da Anvisa.
UECE-FACHADA foto divulgação
UECE-FACHADA foto divulgação

Benefícios da solução com água de coco

Ao mesmo tempo, a equipe de pesquisadores concluiu que essa nova técnica pode:

  • Gerar uma economia de até 70% em comparação aos métodos tradicionais com preservadores importados.
  • Eliminar a necessidade de cadeia fria, simplificando a logística de transporte e circulação de órgãos em regiões remotas.
  • Facilitar a captação, preservação e distribuição dos órgãos em todo o Brasil.

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Pesquisadores e ciência regional em destaque

O projeto destacou a importância da colaboração entre pesquisadores nordestinos:

  • A pesquisa foi desenvolvida pelos professores José Ferreira Nunes e Cristiane Clemente Salgueiro, que já possuem experiência no uso da água de coco em pó na biotecnologia.
  • O médico e doutor em Biotecnologia Rômulo Augusto da Silveira conduziu a pesquisa sobre a água de coco desidratada como agente preservador de órgãos.
    jornaldomedico.com.br

De acordo com o pesquisador principal do projeto, médico Rômulo Augusto da Silveira, doutor em Biotecnologia pela Uece:

“Optamos pela água de coco desidratada devido às suas propriedades bioquímicas e ao histórico positivo na preservação de outros tecidos. Ela possui uma composição rica em nutrientes, eletrólitos, antioxidantes e agentes oncóticos que podem ser benéficos para a preservação renal”. Ele também destaca o caráter inovador do trabalho: “Embora já tenha sido testada para preservação de células e tecidos, essa é a primeira vez que a água de coco é aplicada especificamente à preservação de rins, o que torna nossa pesquisa inédita”.

Detalhes da Pesquisa no Ceará

Aspecto Detalhes
Universidade UECE — Universidade Estadual do Ceará
Solução inovadora Água de coco desidratada para preservação de rins
Patente concedida Sexta patente da UECE pelo INPI
Principais pesquisadores Ivelise Canito Brasil, Rômulo Silveira, José Ferreira Nunes, Cristiane Mello
Economia estimada Redução de até 70% nos custos de preservação
Logística Dispensa cadeia fria tradicional
Próximas fases Testes em animais, perfusão em humanos, aprovação da Anvisa
Potencial de aplicação Outros órgãos sólidos (como fígado e vasos)

Portanto, com essa inovação, a UECE reafirma seu papel como um dos principais polos de ciência aplicada e biotecnologia no Nordeste, contribuindo com soluções práticas que podem salvar vidas e fortalecer o sistema de saúde brasileiro.

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